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21/12/2016 06:45
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Líder das Farc pede audiência com papa para impulsionar paz na Colômbia
Timochenko fez votos de que o papa consiga "contribuir para por fim a uma realidade tão trágica".
Timochenko gesticula durante coletiva de imprensa em Bogotá, na Colômbia, em novembro (Foto: Jaime Saldarriega/Reuters)
G1

 O líder máximo da guerrilha das Farc, Timoleón Jiménez (também conhecidocomo Timochenko), pediu nesta terça-feira (20) audiência com o papa Francisco, "antes ou durante sua anunciada" visita à Colômbia em 2017, em busca de apoio para a implementação do acordo de paz.

 


"Acreditamos que a parte mais acusada de pecados, as Farc, também merecíamos alguns minutos de reflexão com o senhor, antes ou durante sua anunciada visita à Colômbia", disse Timochenko em uma carta pública endereçada ao papa e datada de Havana.

 


O líder rebelde fez o pedido após a reunião que o papa celebrou com o presidente Juan Manuel Santos e seu antecessor, Álvaro Uribe, líder da oposição na Colômbia, na última sexta-feira (16) no Vaticano.

 


O sumo pontífice tentou sem sucesso mediar a desavença motivada pelo acordo que Santos assinou com as Farc, em dezembro, para por fim a meio século de conflito armado.

 


Uribe se opõe ferrenhamente ao pacto por considerar que deixará na impunidade crimes atrozes, ainda quando o acordo estabelece que os rebeldes só poderão evitar a prisão se os crimes forem reconhecidos e as vítimas forem reparados.

 


"Não é fácil alcançar o consenso e a reconciliação com setores dominados por um fundamentalismo de tal natureza, o qual por sua vez alimenta a mão escura que mergulha a Colômbia em um doloroso mar de sangue", escreveu Rodrigo Londoño, também conhecido como Timoleón ou Timochenko.

 


Neste sentido, fez votos de que o papa consiga "contribuir para por fim a uma realidade tão trágica". Ao mesmo tempo, acrescentou, "confiamos em que um papel mais decisivo de parte da hierarquia eclesiástica colombiana possa pender a balança para o lado mais justo".

 


Em luta contra o Estado desde 1964, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) aceitaram depor as armas em troca de garantias para se tornar um partido político.

 


O acordo, que também prevê mecanismos para combater o narcotráfico e melhorar a situação do campo, foi negociado por quase quatro anos em Havana, mas os colombianos se opuseram à sua implementação em um plebiscito em 2 de outubro.

 


Após o revés, o governo e a guerrilha modificaram o texto por iniciativa da oposição, o assinaram novamente e estão em vias de iniciar sua implementação.

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