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Em coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (28), o Ministério Público Estadual (MPE), juntamente com membros das Polícias Civil (PC) e Militar (PM), informou que as investigações relacionadas à operação deflagrada hoje apontam que houve, ao menos, nove homicídios em União dos Palmares, supostamente praticados pelo grupo de extermínio, composto, inclusive, por militares. Os crimes têm ligação entre si e dois deles foram executadas por motivação passional, de acordo com a polícia.
Ao todo, foram expedidos 13 mandados de busca e apreensão e oito de prisão. Alguns de prisão ainda precisam ser cumpridos porque os alvos não foram encontrados. Segundo informações repassadas pelo promotor de Justiça Hamilton Carneiro, há duas investigações formais já instauradas que fazem menção a um grupo de extermínio.
De acordo com o delegado Carlos Reis, gerente de Polícia Judiciária Área 2, os trabalhos de investigação foram iniciados há nove meses e há provas testemunhais e periciais da atuação desse grupo. "Começamos a comparar nove homicídios que ocorreram em União dos Palmares, com vítimas com ligações umas com as outras", ressaltou ele, citando que os nove crimes teriam sido cometidos pelo mesmo grupo.
As vítimas foram identificadas como Edilma Maria da Silva, assassinada em 2014; Ronildo Gomes da Silva e Clayton Hugo Honório Guimarães, mortos em 2015; José Alysson da Silva Cavalcante, Vicente Fabrício Vasconcelos, José Adilson Amorim da Silva, José Jackson Miguel da Silva e Ernande Carlos da Silva, assassinados em 2016; e Luan Douglas dos Santos, professor de Educação Física morto em 2017.
Na oportunidade, a Polícia Civil informou que o Instituto de Criminalística (IC) examinou os projéteis retirados de todas as vítimas para comparação com armas porventura apreendidas na cidade. Com a realização de uma perícia, ficou comprovado que um revólver encontrado posteriormente, um 38 Rossi de número E473262, foi utilizado no assassinado de Alysson.
"No caso específico do Alysson, duas pessoas estavam dentro do carro e o assassinos não perceberam. Com isso, eles identificaram quem foram as pessoas que efetuaram esses tiros e conseguimos fazer a produção de provas em âmbito pericial. Já com relação aos demais, a produção foi por meio de provas testemunhais", destacou Carlos Reis.
Ainda segundo o delegado, ainda não é possível afirmar quanto o grupo cobrava por uma morte. "Uma pessoa foi contratada para tirar a vida do professor Luan por R$ 4 mil reais, mas se recusou a fazer o trabalho. Acreditamos que o segundo contato tenha sido em torno desse valor".
Já sobre as motivações dessas nove mortes, algumas ainda estão sendo investigadas, mas polícia trabalha com a linha de investigação de que pelo menos duas delas foram motivadas por questões passionais: a de Alysson e a do professor de Educação Física, que teria paquerado a esposa de um policial, seria o caso do Luan, mas o fato ainda está sendo investigado.
A OPERAÇÃO
As investigações começaram no segundo semestre deste ano, após o Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) receber informações, a partir de inquérito instaurado pela Polícia Civil, sobre a atuação de um bando que estaria matando em troca de recompensa financeira. Após a apuração, descobriu-se que os acusados são uma ramificação dos antigos "ninjas", apelido dado a um grupo que, no passado, adotava a prática de delitos semelhantes.
Os mandados foram cumpridos em Maceió, União dos Palmares e em uma cidade do interior de Pernambuco. O homem preso em Maceió, Francisco Eduardo da Silva, é apontado como um dos chefes da quadrilha e tinha seis endereços. Era uma estratégia para despistar os investigadores. Ele foi detido no Sítio São Jorge.
Na casa dele, ainda foram encontrados vários documentos. "Foi encontrada uma maleta contendo várias carteiras de trabalho e, também, carimbos de cartórios da região. Também foi apreendida uma pistola, várias identidades que seriam falsificadas e, ainda, cartões bancários. Isso levanta nova suspeita, pois é um novo âmbito de investigação que a polícia abordará sobre uma possível fraude. É preciso coletar mais elementos comprobatórios para esse crime de fraude", explicou o promotor.
Foram presos, também, Wellington Monteiro da Silva Gomes, Carlos Eduardo Soares, Joelison da Silva Oliveira, Márcio Rogério da Silva Lima, Cícero Vasconcelos de Lima Júnior e Fernando Gomes de Lima Filho. Este último já foi, inclusive, processado por ser integrante do grupo de extermínio conhecido como "Ninjas".
Fonte: GazetaWeb
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