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A Polícia Civil de Alagoas descobriu um plano supostamente arquitetado pela família Boiadeiro para assassinar a prefeita de Batalha Marina Dantas (MDB) e o deputado estadual Paulo Dantas (MDB), que são casados. Em áudios de 2018, os delegados mostram que os envolvidos falam sobre toda a trama.
Segundo a polícia, a pessoa contratada para executar o crime confessou o plano dos primos Boiadeiro. Os delegados responsáveis pelo caso são Fábio Costa, coordenador da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), Thiago Prado, Cayo Rodrigues e Fabrício Lima.
Os delegados apuram a suspeita do envolvimento de José Márcio Cavalcanti de Melo, o Baixinho Boiadeiro, em um plano para assassinar o casal Paulo e Marina Dantas.
Na terça-feira (5), Baixinho Boiadeiro foi condenado a 45 anos de prisão por um duplo homicídio ocorrido em 2006. Após o júri popular, ele foi conduzido à sede da DEIC, onde foi interrogado e negou envolvimento no plano. Ele também é investigado pelo homicídio do vereador de Batalha Tony Pretinho e também pela tentativa de assassinato a José Emílio Dantas.
Segundo as investigações, José Márcio, com o auxílio do seu primo Dênis Boiadeiro, teria pago a quantia de R$ 290 mil a pistoleiros pernambucanos que executariam o parlamentar e a prefeita.
"Existem vários áudios onde eles organizam toda a prática criminosa. Já sabemos que os pistoleiros contratados é de Pernambuco e eles foram contratados pela quantia de R$ 300 mil, uma quantia alta se tratando das pessoas que seriam vítimas. Parte foi paga, mas não se totalizou os 300 mil porque o serviço não foi executado", afirma o delegado Thiago Prado.
"O baixinho Boiadeiro é a pessoa que mais fala nos áudios. Sabemos que as pessoas dos áudios são todos da família Boiadeiro. Felizmente a polícia conseguiu descobrir essa trama e está mostrando para a sociedade alagoana que se tratam de pistoleiros e que agora traremos a paz para o estado de Alagoas", diz o delegado Fábio Costa.
O crime foi encomendado no início do mês de junho de 2018 e a ordem era que o casal fosse morto antes das eleições para evitar que Paulo Dantas se elegesse ao cargo de deputado estadual para o qual concorria.
Os áudios foram encaminhados para a polícia.
pela pessoa contratada e que confessou todo o crime. O plano era para que os dois fossem assassinados antes das eleições, mas esse plano não foi concretizado porque a polícia descobriu antes. A polícia descobriu o pistoleiro contratado e ele confessou toda a trama de matar o deputado Paulo Dantas e a prefeita Marina Dantas. As vítimas estão com mais segurança", disse o delegado Fábio Costa.
O plano foi confirmado por meio de áudios cujas suspeitas levam a voz de Baixinho Boiadeiro cobrando o término do serviço. Em alguns dos áudios também pode ser ouvida a voz de José Laelson Rodrigues de Melo, o Zé do Laércio Boiadeiro, condenado em 2012 a 35 anos de prisão pelo assassinato do ex-prefeito de Batalha, José Rodrigues Dantas.
Áudios
Em áudios divulgados pela polícia, os primos Boiadeiro analisam o local onde o crime seria praticado.
"Oia primo, se quiser esperar ele na saída de Batalha pra essa cidade é só deixar uma pessoa lá no posto em cima da Ração Nordeste. Quando o carro dele passar, o caba (sic) já vai saber que é ele e a equipe de execução fica na cidade de Jacaré dos Homens. Tem três quebra-molas pra passar na frente dessa cidade".
"É como um fuzil 556. Segurança dele são quatro cara: um com um fuzil 556, outro com uma pistola .40, outro com uma espingarda 12. É os segurança dele são esses, entendeu? Às vezes você vê ele com meio mundo de gente, mas não é tudo segurança, entendeu? (sic)".
Os Boiadeiro também trocaram áudios sobre o armamento que seria utilizado para matar o deputado e a prefeita.
"Homi, vocês com uma AK47, com três AK... Homi aquele carro dele não aguenta não os dois, entendeu? (sic) Tô dizendo assim porque um só resolvia. Eu tô dizendo assim, de dois atirando naquele carro preto dele, entendeu?. E um caba com outro virado pra trás e outro caba com a 12 ajudando a ele, só pra tanger os seguranças pra trás (sic)... não vem ninguém. Você sabe muito bem quando o barrão, quando o bicudo começa a torar, é só carrera que os caba dá (sic). Não fica um não! Não fica um! Agora você tá mais do que certo, bate na hora certo, e eu tô só no seu aguardo".
Os primos chegaram a planejar uma comemoração depois da execução do casal.
"Primo dois, aqui onde eu tô é longe como a peste, entendeu? É longe como a peste (sic). Só que nós temos essa fazenda sem ninguém saber, entendeu? Aí eu tô com 100, com 100 bois no cocho. Dá pra comer um churrasco não dá? Porque eu num faço questão de matar uns 4, 5 pra gente passar uns 20 dias tomando uma (risos). Se Deus quiser. O carvão é fácil demais homi! Aqui a churrasqueira aqui cabe uns dois sacos de carvão. E não se preocupe não. Vamos trabalhar que o boi já tá aqui. É só a gente pegar os bichos ali e puxar pra cá. Aí meu primo 1 traz vocês na hora pra passar aqui. Pra gente passar 15 dias tomando uma aqui (sic) sem botar o pé no chão, se Deus quiser. E o outro carvão já tá com o pé no cipó, lá nas Alagoas, viu?"
A comprovação do envolvimento dos suspeitos na trama criminosa será realizada através de laudo do Instituto de Criminalística (IC) que analisará o padrão de voz dos investigados. Os suspeitos serão investigados e o caso corre em segredo de justiça.
Fonte: G1/AL
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