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16/12/2016 10:19
Tecnologia
Criar golpes virtuais já é um negócio no Brasil, diz especialista em 'sequestro digital'
Brasil está em nono lugar no ranking de países com mais malwares em 2016. 'Brasileiros estão criando coisas novas', diz analista de empresa russa
O analista argentino Santiago Portiroli, em evento da empresa em Moscow, na Rússia / Foto: Divulgação
G1

O Brasil está no top 10 dos países mais afetados por golpes virtuais, segundo relatório da Kaspersky Lab, empresa russa de segurança digital. "A quantidade de malwares [software malicioso] criada no Brasil não é algo reutilzado. Brasileiros estão criando coisas novas. É um negócio", afirma o analista argentino Santiago Portiroli, em evento em Moscow, na Rússia.

 


O FBI, a polícia federal norte-americana, registrou US$ 1 bilhão em perdas para usuários via ransomware em 2016. Foram US$ 250 mil no ano anterior. Na América Latina, o Brasil lidera com 42% dos ataques. A campeã mundial é a Rússia, com mais de 20% dos ataques detectados em empresas e usuários desse país.

 


O ransomware é um tipo de ataque que bloqueia o sistema ou codifica os arquivos e documentos armazenados, de modo a impedir o acesso. Dessa forma, exige que a vítima entre em contato com o criador do vírus e faça um pagamento para que uma senha seja liberada.

 


"É um crime perfeito. Infecta o usuário sem que ele dê duplo clique e o pagamento em bitcoin não é rastreável. Um kit de ransomware é vendido por US$ 5 mil e a promessa é de ganhar US$ 25 mil em um dia", explica Portiroli.


"No Brasil, há mais antivírus piratas, falta de capacitação, softwares desatualizados... Por um lado, estamos melhorando a tecnologia, por outro mostra que é uma região que interessa aos criminosos. Hoje, pedindo um resgaste em bitcoin não importa onde a pessoa esteja. Se sequestra os arquivos e pede de US$ 300 a 500, a pessoa pagará", explica o analista, acrescentando que há também casos de ataques a hospitais e outras instituições.


Não pague o resgaste...

 


Para combater essa que é a ameaça que mais cresceu neste ano, foi criada uma campanha chamada "No more ransom", com apoio de empresas de segurança digital e agências governamentais. A ideia propagada é que o usuário não deve pagar o resgaste exigido pelo "sequestrador". Há números que podem ajudar a convencer as pessoas. Em 2016, mais de 2500 vítimas recuperaram os arquivos sem pagar o resgaste e US$ 1,5 milhão foram poupados.

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