SAÚDE E ESPIRITUALIDADE / Victor Oliveira

A esperança é um substantivo muito importante, mas não é tão somente um substantivo nem deve ser assumida exclusivamente como tal porque sugere uma atitude que nos mobiliza pelos caminhos da vida. A mobilidade pressupõe o movimento que por sua vez é uma expressão da ação. Nesse sentido, a esperança, que era apenas um substantivo, se transforma em "esperançar", um verbo que nos move.

Esperançar me faz recordar Paulo Freire, o patrono da educação brasileira e um dos mais importantes intelectuais da humanidade. Foi lendo Freire que eu tive contato com o "esperançar" enquanto uma categoria mobilizadora, de ação.

Transformar esperança em "esperançar" não é tão comum como possamos imaginar nem é algo intacto de desafios, mas um ato que exige preparação, sobretudo, educação. É aí que entra a educação da mente, do coração, do corpo, consequentemente a educação das atitudes para esperançar, e só uma educação fundamentalmente libertadora nos impulsiona para transformar um substantivo em verbo, da qualidade em si à qualidade para além de si, o que exige uma educação que nos ajude a converter o estático em móvel; e o mundo, em um lugar de esperança e de esperançosos que saibam esperançar.

Tenhamos esperança e, mais que isso, ousemos esperançar!