SAÚDE E ESPIRITUALIDADE / Victor Oliveira
Em texto anterior, destacamos uma memória especial a São Francisco de Assis e ressaltamos uma breve menção ao primeiro Papa “Francisco” da história dos pontificados da Igreja Católica, o argentino Jorge Mario Bergoglio, que inaugura o pontificado católico à luz da fraternidade daquele santo.
Desde a eleição do cardeal Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI) que o então cardeal Jorge Mario Bergoglio era um dos favoritos do conclave que elegeu o seu antecessor. Oito anos depois de Bento XVI, após a sua renúncia, eis que o latino-americano se torna Papa no dia 12 de março de 2013. Como de costume, os eleitos escolhem um nome que será adotado durante o pontificado. Para tanto, Bergoglio registrou algo que lhe serviu de inspiração para escolher o nome “Francisco”. Durante uma conversa com o cardeal brasileiro Cláudio Hummes, este o fez a seguinte recomendação: “Não se esqueça dos pobres!”. E assim foi feito, Bergoglio lembrou-se dos pobres a começar por um religioso que viveu no século XIII e fez dos pobres o seu sacramento de salvação: São Francisco de Assis.
A eleição do Papa Francisco não anunciou somente um homem que assumiu o poder religioso católico. Desde os seus primeiros passos e do que tem feito, o Papa tem demonstrado que sua eleição sinalizou novos tempos para a Igreja. Um famoso pensador franciscano, amigo e entusiasta do Papa, afirmou certa feita: “Francisco não é um nome, mas um projeto de Igreja”. Sim, é o que temos visto. Mais do que um nome, Francisco representa uma proposta de Igreja: sensível, caridosa, fraterna e, sobretudo, humilde.
O Papa assumiu o desafio de desenvolver o discipulado de Jesus Cristo e guiar, especialmente os cristãos católicos, inspirado em São Francisco de Assis, um amigo de Jesus que se fez pobre para se doar aos empobrecidos e esfarrapados, os últimos do mundo, e anunciar-lhe o evangelho. Nesse sentido, o Papa Francisco renunciou aos vários privilégios concedidos ao sumo pontífice, dentre os quais: as vestes pomposas que expressam o poder absolutista para dar lugar às vestimentas simples; a moradia no palácio apostólico, optando por residir em uma pensão, além de se alimentar em uma sala comunitária destinada aos hóspedes do local onde mora.
De fato, o pontificado de Francisco representa uma renovação importante para a igreja enquanto uma comunidade de fé preparada para acolher os que dela se aproximam, mas disposta também a ir ao encontro dos que dela se distanciaram.
Contudo, o Papa tem despertado a ira dos clérigos e leigos católicos que compõem os seguimentos dos que desejam reduzir a Igreja à antiga sinagoga constituída pelos fariseus, os mesmos que sofreram duras críticas de Jesus de Nazaré por causa da hipocrisia e do fardo que impunham sobre os ombros do povo. Apesar destes, o Papa Francisco segue firme, ao lado de homens e mulheres, renovando a Igreja e reforçando o seu caráter missionário: o anúncio de Jesus Cristo e do Deus por ele revelado.
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