SAÚDE E ESPIRITUALIDADE / Victor Oliveira
Senhor, fazei-me um instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó, mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
Amém!
No dia 4 de outubro, a Igreja Católica celebra a memória de Francisco de Assis, cujo testemunho de vida convertida ao evangelho se transforma em um grandioso exemplo de santidade que atravessa os limites do tempo desde o século XIII. Cabe ressaltar que a santidade de São Francisco não se verifica somente após a sua morte nem nos milagres a ele atribuídos, mas na sua existência, no testemunho de vida e seguimento que se deu por meio da sua relação com o Criador, a criação e as criaturas. Todos estes eram sagrados para Francisco de Assis.
São Francisco não guardou para si a experiência de Deus. Na verdade, usou dessa experiência para expressar o divino através dos seus caminhos e das relações que estabeleceu ao longo de uma vida religiosa. Não viveu sua religiosidade dentro de um edifício, não foi sectário em sua religião, não impôs sua verdade nem obrigou os outros a professar a sua fé. Não fez da religião uma opção para ser servido, fez da espiritualidade uma oportunidade para servir, bem ao estilo daquele que o antecedeu e o inspirou: Jesus de Nazaré. Deste, São Francisco foi um discípulo autêntico porque fez da intimidade com Deus uma ponte para se relacionar com o próximo e a este doar a sua própria vida; não foi um homem para si, mas para os outros; acolheu os que dele se aproximaram; privilegiou os esfarrapados e deu sentido a uma espiritualidade que se desenvolvia nos caminhos e nos encontros.
São Francisco inspirou a muitos, entre os quais, aqueles e aquelas que resolveram seguir a Jesus Cristo através da espiritualidade franciscana. Um deles, o catarinense Leonardo Boff, escreveu certa feita: “São Francisco é uma das poucas figuras da humanidade que podemos verdadeiramente nos orgulhar. É um dos santos mais humanos, mais simples, mais transparentes que a história mundial já produziu. Ele se fez o irmão universal porque sentia todos os seres, verdadeiramente, como seus irmãos e irmãs: o sol que brilha no firmamento, a lua que encanta à noite, o passarinho que canta na rama, o pobre que grita de fome. A todos chamava com o doce nome de irmão e de irmã. Até a morte é invocada como irmã morte”.
O outro, o argentino Jorge Mario Bergoglio, em 2013, por ocasião do conclave que o elegeu, se autodenominou “Francisco”, vale destacar: o primeiro Papa Francisco da história dos pontificados do Catolicismo. Há quem diga que o Papa Francisco inaugura efetivamente a entrada da Igreja Católica no século XXI: uma igreja de portas abertas para a relação caridosa e o diálogo fraterno com o mundo moderno. Isso nos faz lembrar uma história atribuída a São Francisco quando sentiu que deveria ir até a Roma do seu tempo para reconstruir a Igreja. Nesse tempo, Inocêncio III, considerado um dos papas mais poderosos da história dos pontificados, havia sonhado com a igreja em ruínas. No sonho, ele recebia um santo pobre que serviria de impulso para a renovação eclesial. Ao acordar do sonho, eis que o pobre surge à sua frente: Francisco de Assis.
Que o testemunho de São Francisco, daqueles e daquelas que resolveram seguir a Jesus Cristo pelos caminhos franciscanos, nos impulsione hoje e sempre! A todos e a todas, uma fraterna saudação franciscana: paz e bem!
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